sexta-feira, 23 de março de 2012

Sextas de perdas para o Brasil. E a reflexão que esses ícones deixam para os governos e sociedade...


Sexta-feira, dia 23/03/2012. O Brasil perde um dos seus maiores humoristas.

Chico Anysio deixou vários personagens que retratam a sociedade brasileira, entre eles o famigerado Professor Raimundo. Profissional que se desdobra em sala, passando por poucas e boas com seus alunos.
E o salário ó!!

Chico se foi em um momento que os professores são cada vez mais desprestigiados pelos governos em um contexto de exaltação tecnocrata e desvalorização dos profissionais de educação.

 Atualmente uma das lutas dos professores é  pelo cumprimento da aplicação da Lei do Piso e mais investimentos no setor de educação. Houve atos, passeatas e greves, agora em março, afim de pressionar o governo para o atendimento das reivindicações. 



Sexta-feira, 16/03/2012. O Brasil perde um de seus grandes cientistas.

O geografo Aziz Ab'Saber foi referência em geomorfologia e seus estudos direcionaram novas
 classificações e levantamentos nos domínios morfoclimáticos e biomas do país.
 Teve papel importante nas caravanas 
com Lula pelo Brasil nos anos 90.




 Recentemente Aziz deixou clara sua visão crítica ao novo Código (des)Florestal com algumas declarações:

 “Em vez de Código Florestal, precisamos é de um Código da Biodiversidade. Pois o Brasil tem caatinga, tem cerrado, tem mata atlântica e outros.” 

 
 "É preciso explicar isso para os jovens que estão começando, a estudantes dos ensinos secundário e fundamental, o que isso significa para o País. Como uma pessoa que tem 500 mil hectares de área da Amazônia pode cortar 80% disso?"

O momento é de preocupação. O congresso está para aprovar o novo Código Florestal que  beneficiará os grandes latifundiários, permitindo mais desmatamento no futuro e anistiando-os pelos desmatamentos do passado.

sábado, 10 de março de 2012

AFFF - Associação dos Famosos Frasistas de Facebook


  Frases do Facebook não mudam o mundo... e nem as pessoas!

 A maioria dos usuários das redes sociais, compartilham imagens, frases e notícias sem se preocupar com a veracidade da informação ou com a verdadeira autoria da publicação.


 Pesquisando na net, não foi possível comprovar se a frase sobre os livros que não mudam o mundo é de Mário Quintana (um dos maiores poetas brasileiros e nascido em 1906), de Caio Graco (político romano que viveu de 154 até 127 a.C segundo a wikipedia - fonte bem insegura aliás) ou até mesmo de alguma outra figura histórica.
 Em alguns fóruns rolam, inclusive, brigas entre internautas pela atribuição da frase à sua personalidade favorita. Outros, pasmem, acusam Caio Graco de ter plagiado o pensamento de Quintana, mesmo com o fato do primeiro ter falecido 22 séculos antes do poeta e jornalista gaúcho ter nascido!

 Escritores famosos são, constantemente, vitimas de atribuições indevidas na internet. Frases motivacionais, críticas sagazes, anedotas irônicas e mensagens românticas se proliferam com supostas autorias de celebridades literárias do calibre de Fernando Pessoa, José Saramago, Shakespeare entre outros. 
 É conhecido um texto-desabafo sobre a futilidade do Big Brother Brasil "escrito" pelo Luis Fernando Veríssimo. Porém, uma leitura mais atenta, logo detecta que as linhas não possuem o genial sarcasmo característico do autor de Ed Mort e do Analista de Bagé. E para não pairar dúvidas, algum tempo depois, o próprio Veríssimo desmentiu a autoria.
 Escrever Clarisse Lispector após alguma frase aleatória, talvez seja o artificio mais eficiente para difundir uma mensagem qualquer. O brilhante Blogs do Além de Vitor Knijnik possui a resposta da "própria" escritora ucraniana/brasileira sobre o problema com textos apócrifos

 Outra modalidade de sensacionalismo, comum nas redes sociais, é a distorção de imagens reais para uso em histórias fictícias ou de difícil comprovação.


 A imagem ao lado mostra um soldado chorando copiosamente para ilustrar a... ãh... fantástica estória de um recruta que não sabendo dirigir conduziu um jipe sem motor através da sua fé.

 Como pode-se ver, essa postagem passou a ser compartilhada por muitas pessoas.

 Mas questionamentos acerca do depoimento à parte, o que a imagem omite é a informação de que o militar chorão se trata do tenente do Exército Vinícios Ghidetti, acusado de participar da morte de três moradores do morro da Providência, na região central do Rio de Janeiro, em 2008.


 No geral, a mídia já contém muita manipulação, e a internet com sua incrível capacidade interativa nos permite transpor à posição de espectador para podermos divulgar nossos penamentos, ideias variadas e inverdades oportunas.
Portanto, fique sempre atento para não ver a piroca do Juca pensando ter lido a peruca do Joca, por aí.


* Essa postagem foi uma contribuição de Marilena Chauí, Paulo Coelho e Nelson Ned, especialmente para o Desacatho Online!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Pagar para trabalhar!

 Contribuir com a história do clube do coração ao participar, mesmo que meio cenograficamente, das obras do estádio pode ser considerada uma iniciativa cativante para torcedores.

Em um país em que a especulação imobilizaria reina e falta moradia adequada para milhões de cidadãos, algumas pessoas pagarão para colocar a mão na massa nas obras do Itaquerão, construído por uma das maiores empreiteiras do mundo.

E pelo histórico das ações de marketing do Corinthians, o valor dessa iniciativa não deverá ser nada popular.

Quem pagar para trabalhar na Arena ainda levará o macacão e o capacete de peão para casa como recordação. Legal, muitas pessoas que sequer olham ou cumprimentam pedreiros e outros trabalhadores braçais  ostentarão com orgulho o uniforme de operário.

 E quando os trabalhadores do Itaquerão fizerem greve por melhores salários e condições de trabalho será que o Corinthians e a Odebrecht  convocarão os torcedores para continuarem as obras?


no globoesporte.com
Timão venderá tijolo e colocará torcida para trabalhar em Itaquera

Por Carlos Augusto FerrariSão Paulo
O bom andamento das obras do estádio de Itaquera, palco paulistano na Copa do Mundo de 2014, fez a diretoria do Corinthians investir no marketing de sua nova casa. Nos próximos dias, o Timão lançará novos produtos relacionados à arena, entre eles a venda de tijolos comemorativos e até a abertura de espaço para os torcedores participarem de um dia do trabalho braçal.
O tijolo será colocado à venda no início da próxima semana nas lojas oficiais do clube com o nome do clube gravado e a inscrição “arena 2014”. Ele faz parte de uma campanha que tenta arrecadar ao máximo com a popularidade do estádio alvinegro. No fim do ano passado, foi lançado um kit contendo a “terra sagrada” do bairro, além de sementes de ipê-de- jardim – o valor estipulado foi de R$ 89,90.
Outra campanha já aprovada pela diretoria é a participação de torcedores em um dia de trabalho nas obras. Os alvinegros pagarão um valor, não revelado, para colocar as mãos na massa e ajudar outros operários. Eles serão colocados em um espaço do canteiro em que as atividades não sejam tão pesadas e também não atrapalhem o calendário estipulado pela construtora.
Em troca, os participantes ficarão com a roupa e o equipamento de segurança que usarem, além de um registro comprovando que participaram da construção. Com o aval para a ideia ser colocada em prática, a previsão é de que as inscrições sejam abertas em, no máximo, um mês, já que o departamento de marketing precisa de tempo para organizá-la.
O Corinthians também lançou nesta semana uma campanha para que dez torcedores sejam os primeiros a sentar nas arquibancadas, que estão em fase de montagem. Os interessados devem responder à seguinte pergunta: o que você faria para entrar para história e ser um dos dez primeiros torcedores a estar na arquibancada da Arena Corinthians? As respostas devem ser enviadas ao site oficial do clube (clique aqui) para avaliação até as 23h59m do dia 9 de março.
Conforme alguns setores do estádio forem entregues, o Timão promete criar mais atrativos aos torcedores e, claro, lucrar com isso. Segundo a empresa responsável pela obra, 26% da arena está pronta. A inauguração está prevista para dezembro de 2013, com um amistoso do Alvinegro ainda sem adversário escolhido. Na Copa, a casa corintiana receberá seis partidas, entre elas a abertura e uma das semifinais.

Deputados do PSDB impedem Sindicato de falar em audiência sobre pane na Linha 4



Mesmo sendo convidado pela Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa para prestar esclarecimentos sobre a pane que ocorreu na Linha 4-Amarela no dia 3 de outubro de 2011, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo foi impedido pela base do governo Alckmin de falar na audiência, realizada no dia 29 de fevereiro.

Na verdade, o que ocorreu foi uma manobra para proteger o presidente da ViaQuatro Luiz Valença, e a Secretaria dos Transportes Metropolitanos que, segundo o governo estadual, iria apurar a pane com rigor.

Coincidentemente, no mesmo dia da audiência ocorreu uma falha elétrica que paralisou a circulação na Linha 4 por quarenta minutos. E, ao invés de reconhecer seus erros, a ViaQuatro emitiu nota oficial culpando os usuários pela paralisação do sistema.

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo representa trabalhadores que com muito profissionalismo e dedicação operam um dos sistemas mais complexos do mundo. Possuímos uma experiência que poderia esclarecer tecnicamente as verdadeiras causas da pane, suas consequências e demonstrar os erros primários que foram cometidos pela ViaQuatro no dia 3 de outubro.

Mas os deputados da base do governo Alckmin (PSDB) preferiram defender os interesses das empreiteiras que fazem parte do consórcio do que ouvir os questionamentos dos que estão realmente preocupados com a segurança e direitos dos usuários do sistema de transportes sobre trilhos em São Paulo.

Repudiamos este comportamento da base de apoio do governador na Assembleia Legislativa. Mas, sinceramente, não nos causa surpresa. Afinal, de um governo que está se especializando em reprimir a luta do povo pobre, cujo exemplo mais gritante foi o massacre do Pinheirinho, em São José dos Campos, é de se esperar que queira censurar uma entidade sindical.

Mas o Sindicato dos Metroviários não se intimidade com este tipo de ação truculenta e antidemocrática. Continuaremos nosso trabalho de esclarecer a população de São Paulo sobre o quanto a iniciativa privada é ineficiente para operar um sistema de porte, já que seu único objetivo é o lucro.




 A Assembleia Legislativa de SP deveria ser uma casa democrática, não!?
Mas simplesmente  não ouviu a versão de uma entidade representante de trabalhadores metroviários.