domingo, 13 de maio de 2012

Contra a Precarização

  
 No período das festas de final de ano, a Cia. divulgou, no Metrôclick, algumas louváveis iniciativas de companheirismo por parte de metroviários concursados para metroviários terceirizados. O ato solidário de entregar cestas de natal aos companheiros terceirizados é mais um motivo de orgulho para a categoria metroviária, e ao mesmo tempo deveria representar uma vergonha à direção do Metrô e ao Governo de São Paulo.

Os trabalhadores e trabalhadoras de empresas terceirizadas contribuem representativamente para o desempenho de qualidade do sistema metroviário, tantas vezes reconhecido pela população de São Paulo. No entanto o que notamos são desprezo e negligência do Metrô aos nobres colegas de serviço; desvalorizando suas atividades; segregando nossa convivência ao impor copas, sanitários e vestiários separados aos contratados; permitindo abusos, assédios e explorações das empresas contratadas e expandindo cada vez mais o número de setores entregues à iniciativa privada – hoje, a Cia. já dispõe de um quadro com mais funcionários terceirizados que concursados.
 
 Segundo pesquisa recente, o Metrô de SP é considerado um dos mais limpos do mundo. E essa situação é graças ao empenho e à dedicação de trabalhadores e trabalhadoras da limpeza. Enquanto isso as empresas pagam salários muito abaixo do piso da categoria metroviária; o VR é um legitimo “vale-coxinha”. O assédio moral é prática comum e algumas empresas chegam ao cúmulo de cortar a cesta básica do(a) funcionário(a) caso a pessoa falte, mesmo com atestado médico.

 Ano passado a mobilização da base foi fundamental para barrar a entrada de uma empresa que forneceria nosso VR sem possuir abrangência na rede de conveniados. Vale lembrar que essa empresa pertence ao lobista Paulo Lofreta, também presidente da CEBRASsE (Central Brasileira do Setor de Serviços) que articula junto a parlamentares de visão neoliberal a aprovação do Projeto de Lei 4.302/1998. Esse PL apresenta graves ataques aos direitos trabalhistas, permitindo a terceirização de atividades-fim e a possibilidade de uma empresa ter 100% de funcionários terceirizados.

   Nessa Campanha Salarial, mais uma vez o Sindicato reivindicou a efetivação dos terceirizados e metroviários da Linha 4 - Amarela, nem necessidade de concurso público, pois entendemos que essa é uma bandeira que devemos sempre levantar contra a precarização do trabalho e retirada de direitos dos trabalhadores.

 Devemos procurar cada vez mais uma atuação do Sindicato e das Cipas a fim de denunciar as condições precárias de trabalhadores(as) que muitas vezes carecem de EPI’s, uniformes e ferramentas de trabalho, além de terem o serviço sobrecarregado pela falta de um quadro de funcionários maior. É importante também mobilizar campanhas contra o PL da “Precarização”, pela aprovação do projeto de lei 1033/2003 que institui o adicional periculosidade aos vigilantes e pela anulação de futuros contratos de terceirização, que, lamentavelmente, aumentam gradativamente no Metrô.



Texto publicado na coluna Opinião do informativo Plataforma edição nº584 - material do Sindicato dos Metroviários de SP.

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